Produção de energia eólica

acumulação de capital e (não) aplicabilidade do Estatuto da Terra

Autores

  • Ronaldo de Sousa Vasconcelos Universidade Federal da Paraíba image/svg+xml
  • Mariana Traldi Federal Institute of São Paulo
  • Fernando Joaquim Ferreira Maia Universidade Federal da Paraíba
  • Hirdan Katarina de Medeiros Costa Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.24862/rcdu.v16i2.2145

Resumo

O presente trabalho debruça-se sobre o processo de desenvolvimento da produção de energia eólica no Brasil, sobre a análise da apropriação privada do vento e da legislação aplicável à relação existente entre os pequenos proprietários rurais e as grandes empresas exploradoras de energia eólica. O proprietário da terra arrenda sua propriedade a grandes empresas para a geração de energia elétrica, cedendo a elas seu direito de exploração. As empresas arrendatárias, em sua grande maioria estrangeiras, obtêm vultuosos lucros, ficando os proprietários de terras com uma ínfima participação nos ganhos totais obtidos por elas. Seriam o Estatuto da Terra e o seu decreto regulamentador ferramentas jurídicas legais para regular os contratos de arrendamento eólico? O objetivo é a análise do processo de legitimação e de constituição da produção de energia eólica, da relação com o modo de produção capitalista e do levantamento do normativo aplicado nas decisões judiciais e administrativas. Para isso, partiremos da análise da tese de Traldi que trata da privatização dos ventos para a produção de energia eólica no semiárido brasileiro e da análise da fundamentação jurídica das decisões judiciais existentes que tratam da relação contratual dos proprietários de terras e das empresas geradoras de energia eólica. A hipótese é de que, frente aos problemas verificados, o equilíbrio entre as partes nos contratos de arrendamento eólico somente seria alcançado com a atuação do Estado, no sentido de conceder maior proteção aos pequenos proprietários de terra, seja por meio da alteração, da reinterpretação ou da inovação da legislação aplicável. Ao fim, será feita a análise da (não) aplicabilidade da Lei nº 4.504/1964 (Estatuto da Terra) e do Decreto Regulamentador nº 59.566/1966 a relação jurídica acima.

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Biografia do Autor

Ronaldo de Sousa Vasconcelos, Universidade Federal da Paraíba

Doutorando e Mestre em Direito Econômico pela UFPB. Advogado do Conselho de Administração e Defesa Econômica-CADE.

Mariana Traldi , Federal Institute of São Paulo

Doutora e Mestre em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas- Unicamp, graduada em Ciências Jurídicas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUC-Campinas. Professora de Geografia do Instituto Federal de São Paulo.

Fernando Joaquim Ferreira Maia, Universidade Federal da Paraíba

Doutor e Mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco-UFPE, Prof. Associado do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal da Paraíba-UFPB, Prof. Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Jurídicas da Universidade Federal da Paraíba-PPGCJ/UFPB, Pós-doutor em Planejamento Urbano e Regional pelo IPPUR/UFRJ.

Hirdan Katarina de Medeiros Costa, Universidade Federal da Paraíba

Livre Docente, Pós-Doutora, Doutora e Mestre em Energia pelo Instituto de Energia e Ambiente pela Universidade de São Paulo, Mestre e Doutora em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Professora Visitante no Programa de Pós-Graduação em Ciências Jurídicas da Universidade Federal da Paraíba.

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Publicado

2025-10-22

Como Citar

Vasconcelos, R. de S., Traldi , M., Ferreira Maia, F. J., & Costa, H. K. de M. (2025). Produção de energia eólica: acumulação de capital e (não) aplicabilidade do Estatuto da Terra. Revista Do Curso De Direito Do UNIFOR, 16(2), e252145. https://doi.org/10.24862/rcdu.v16i2.2145

Edição

Seção

Artigos